Poema insolente
Quero o tudo e o nada
para que nada me falte
e tudo me torne
pusilânime
e imbecil!
À semelhança dum animal
pré-jurássico
quero garras insolentes
e uma força aterradora
que me distinga
sem necessidade de marca!
Almejo a demência
a voracidade
o despropósito
a medonha aura
dum chacal
ou dum abutre
pronto a atacar os despojos
da carne infecta!
Onde a paz existir
levarei o terror
no lugar do silêncio