A sombra
A lembrança das horas
esconde-se com o por-do-sol,
mergulha nas águas agitadas
do mar da maré vasa,
adormece no colo do luar,
a escutar o pio sombrio
duma coruja inerte,
na torre sineira duma igreja
que já não é.
É no labirinto do vazio
que me acolho
a contemplar a sombra
que me persegue
persistente.
E rio de mim
um riso limpo
para me sentir outro.
E a sombra ri
o meu próprio riso!
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