Não me digas já o que só espero saber
Amanhã, ou depois, ou noutro dia qualquer!
Não gastes as palavras…
Aninha-te no colo do silêncio quebradiço,
Se meus braços forem incapazes de te abraçar!
Olha-me nos olhos e sente que deles terás
A veneração daqueles que se querem bem
E apenas são capazes de ensaiar em sonhos
O que a realidade oculta ou impossibilita!
Em 18.fev.2011, pelas 23h00
PC
Deixa-me só...
Não atormentes o meu silêncio
com palavras inúteis
ou um sorriso macilento
que traga consigo o odor
a bafio
e uma quase aspereza
com sabor a castigo
sem perdão!
Deixa que me embale no abandono
duma viagem sem destino
como se buscasse a pedra filosofal
ou o elixir da eterna juventude
ainda que as lágrimas
caiam no âmago do mesmo silêncio
bruto
e doam como punhais
tragando a carne em agonia!
Deixa-me só...
A guardar os caminhos sem (...)
Mais que o beijo
O desejo…
A pele unida, colada,
O sangue quente…
Olhos que se olham
E vêem para além da íris
A febre,
Para além da pele
O sexo,
Para além de nós
O amor!
Mais que o desejo,
O silêncio que vem
Depois!
by PC, em 08.Set.2010
Deixa-me só...
Não atormentes o meu silêncio
com palavras inúteis
ou um sorriso macilento
que traga consigo o odor
a bafio
e uma quase aspereza
com sabor a castigo
sem perdão!
Deixa que me embale no abandono
duma viagem sem destino
como se buscasse a pedra filosofal
ou o elixir da eterna juventude
ainda que as lágrimas
caiam no âmago do mesmo silêncio
bruto
e doam como punhais
tragando a carne em agonia!
Deixa-me só...
A guardar os caminhos sem (...)
Se todo o silêncio se quebrar
em pedaços miudos
indefinidos
incapazes de retomarem a forma
anterior...
É porque terá morrido um poeta
num lugar inóspito da Via Láctea,
à beira dum precipicio de sonhos
incontroláveis,
ao rés da maré cheia dum mar
sem nome,
no cume duma montanha
amante da lua nova,
num canto solitário e estridente,
onde as palavras sonoras
se espraiavam por si mesmas
em danças de rimas que não eram,
enquanto a noite inundava
as casas (...)
No silêncio dorido,
da separação impossível...
Na distância breve,
do “adeus, até logo”...
No murmúrio vagaroso,
dos afectos sublimados...
No olhar adormecido,
com que fitamos distâncias...
Na mão transpirada,
com que lançamos beijos...
Nas palavras bravias,
com que defendemos ideias...
Na sombra inquieta,
que nos segue impiedosa...
Nas certezas infantis,
a quem damos colo...
N (...)
Sento-me!
Tomo para mim
o silêncio todo,
aquele que se desprende
das palavras que tento dizer
e subtraio aos poemas
a aguardar outras rimas,
outras ressonâncias.
Sorvo-o e com ele
alimento o humus
sanguineo,
no tic-tac compassado
e compassivo
da respiração controlada,
enquanto olho o nó górdio
da minha inquietação
vagarosa.
Distendo-me,
abandonado e incoerente,
no sopé da teimosia,
(...)
Banho-me no silêncio do teu olhar
Entre a distância do desejo
E a sofreguidão da pele latejante
Antevendo o momento
E sentindo a angústia
Do tempo que se escoa lento.
Do arquivo da memória
Surgem imagens peregrinas
Que desfilam em catadupa
Até se tornarem vivas
No peito que as sente
E no olhar que as vislumbra.
Só de ti nada sei!
Nem o onde, o como, ou o porquê...
E o que me resta obriga-me
À espera
Mirrando, calado, da saudade
Que já não sei esconder. (...)
Àparte o silêncio os teus lábios sabem-me a mel e nunca sei o passo seguinte. Embrenho-me na timidez de amar-te até à exaustão e adormeço virado para o sonho como se fora madrugada o dia todo e todo o dia fosse a noite em que o amor florescesse girassol bravio em busca da luz que se escapa na vertigem dos momentos vividos passados... Só então me pergunto: Que sei eu de amar-te? by (...)