Versejando - XXVII
Desisti de ser o balão
Que sobe no ar
Soprado pelo furor dum vento agreste
Que me sacode e me viola
Até à alma!
Desisti de ser a sombra
Que se arrasta pelo chão
Submissa como o mais dócil cão,
Sem latir e sem rosnar,
Inútil na ponta duma trela!
Desisti de ser a voz que acalma
O grito de quem ergue
A razão e o desassombro
Em palavras escavadas à força
Na turbulência do desassossego!
Desisti de ser
Outro que não eu mesmo!
E quando me perguntarem (...)