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No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

07.06.07

Quadras (do tempo comum)


Ando em procura sem fim Num lugar onde o abandono Deixa que eu seja de mim O meu próprio servo e dono   Ando por caminhos de pó E por estradas de aluvião Cruzando o tempo e só Buscando achar a razão   Nada sei sobre o que será O futuro que há-de ser Nem me importa o que trará Quando tal acontecer   Não domino as leis do mundo Nem do homem sou capataz Sinto (...)
25.04.07

Tanto futuro


Foram tantos braços ao alto, tantas mãos fazendo V, tantas gargantas abertas lançando gritos ao céu. Tantos olhos rasos, rasos, duma alegria incontida, tantos passos sem canseira no trilho novo da vida. Tantas cantigas cantadas como um clamor de vitória, tantas ruas, tantas estradas que nos levaram à glória. Tantos medos que ficaram pelas esquinas libertas, tantas portas aferrolhadas que (...)
24.04.07

Apelo...


 (Velha imagem... Eterna mensagem) Salvai os cravos, As rosas, os malmequeres, As papoilas… Salvai os sorrisos, os abraços, A alegria, a esperança… Salvai os projectos de futuro, A vontade de vencer… Não deixeis fechar as portas, Trancar as janelas, Construir muros… Evitai ódios, zangas, Desatinos, mal querer…   Semeai estradas de horizontes Infindáveis… Plan (...)
22.04.07

Sete pedras raras


Tenho sete pedras raras Num bolso cheio de nada, Todas belas, todas caras… Tendo sete pedras raras Não me furto à caminhada!   Cada pedra tem seu toque, Cada uma tem seu som E ao tocá-las sinto um choque… Pois se cada uma tem seu toque Livre é o mundo! Livre e bom…   Sete pedras que são minhas. Sete e sete, quantas são? Sete escravas ou rainhas… Todas as sete são minhas E adornam-me o coração!
20.04.07

Contra corrente


Contra a corrente vou... Teimoso e obstinado quero ir ainda que o cansaço tente derrotar o esforço de conseguir... Não há força que arraste a vontade de querer chegar... Não há poder que detenha a garra de tentar, de porfiar... Contra a corrente vou... Formiga em contraciclo... Quase osmose, quase só ideia! Mas firme! Mas decidido! Mas... autêntico! by Paulo César, em 20.Abril.2007, pelas (...)
15.04.07

Elegia para um corpo nu


O teu colo sabe-me a água fresca como se tu fosses a fonte secreta que mata  a minha sede! Nos teus olhos vejo todo o futuro por acontecer como se neles florescesse o tempo e o espaço! Pelas tuas mãos vou onde me levar a fantasia para descobrir caminhos novos no outro lado de mim! Dos teus lábios escorre a fragância do alecrim quando os teus beijos encontram os meus na entrega sem tréguas! (...)
11.04.07

Da minha janela


  Da minha janela eu vejo mais do que vejo quando olho para tentar ver... Vejo os cumes altos... Vejo os vales fundos... Vejo as nuvens em vagas que vogam ao sabor do vento... Vejo os teus passos apressados na pressa de chegar... Vejo o pássaro louco planar na corrente suave e cair a pique como se desmaiasse... Vejo a lua redonda encher-se de luz e plantar-se vaidosa no meio da Via Láctea... Vejo (...)
09.04.07

Procura-me


Procura-me como se procurasses no escuro... Tateia... Palpa o negro que te envolve e sente o vazio, o oco, o indizível... Procura-me na claridade da aurora matinal... Naquele raio único que brota por detrás daquela núvem fantasmagórica, opaca, disforme e mergulha no alvor como se fosses renascer. Procura-me (...)
02.04.07

Odor a mar, sabor a sal...


Deixei-me adormecer! Ó areias da praia deserta que farei com este corpo ausente? O mar veio beijar-me os pés nus... Uma nuvem de gaivotas sobrevoou, gritando, a minha ausência adormecida. Não despertei! Sonhava com um adamastor perfilado na escarpa, hirsuto gentio cuja voz reverbera nos confins do meu sono desbragado, ainda. O sol apressou-se no seu ocaso, deixou-me silenciosamente só no dorso (...)
01.04.07

Quase grito!


Ó dor vai-te embora, deixa-me em paz, em sossego, deixa que eu adormeça e não venhas incendiar de pesadelos e sonhos sombrios a noite silenciosa do meu abandono. Não me obrigues a ficar mudo enquanto se revoltam as minha entranhas em milhentas imprecações de angústia, de solitária vontade de fugir, de ir pelos campos a colher a paz dos dias calmos em flores de cores sibilantes. Não! Vai por (...)