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No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

10.01.10

Cadafalso


  Vagaroso arrasto o tempo Para o cadafalso Dos sem perdão ou misericórdia.   Espero apenas o teu sorriso breve Ou o teu adeus envergonhado Lançado num gesto de mão Abandonada Que cortará o ar suave Do horizonte sem nuvens.   Sigo em passos automáticos Que me levam adiante Ao estrado dos condenados.   Vou livre de todo o peso Da vida Cismando os momentos Que entreguei à paixão Como se quisesse apossar-me Da eternidade.   Resta-me o tempo breve Do último desejo... E (...)
08.12.09

Breve memória da inocência perdida


Violácea memória fermento de sorrisos... Quando os olhos buscam no plasma celeste a vagarosa melopeia duma canção de ninar é tempo de maré vasa para os lados da lua nova... Vagalumes cirandam de cá para lá no frenesim da inocência... e um tostão nasce na travessura dum sonho tornado real! Regressaremos ainda à ternura dum serão pleno de castelos e castelãs, de duendes e lobisomens, de encantos e encantamentos, ou morreremos virgens
07.06.09

Memórias da memória


  Nas lodosas manhãs Acordo da clausura Da diáspora E lanço âncora Ao rés da maré vasa, Quando a lua se despede Com um beijo E o sol se ergue Majestoso Nos escaparates do oriente.   Vagueio entre mudo e nu Ao encontro das palavras Estremunhadas e famintas E descubro na água corrente Temperada do duche matinal As fragrâncias aferrolhadas Dos campos que já não são, Dos tempos que já foram, Da vida que passou por aqui E deixou marcas e marcos Que dividem em talhões E parcelas (...)