Violáceo olhar de pedra
enxergando a distância dum adeus
em ti o sorriso nunca medra
tu só conheces a frieza dos breus!
Nenhum trinado te faz ceder
à beleza do passaredo que voeja
que esse olhar não sabe ver
para além da solidão que de ti goteja.
Os prados verdes e serenos
os montes erectos e altivos
os bosques rudes e vivazes
nada é antidoto para os venenos
que alimentam teus olhos mortos-vivos
num corpo de medos tão mordazes.
by Paulo (...)
Vergo-me ao poder do teu olhar
límpido, cristalino,
do teu sorriso cintilante,
infantil, doce,
das tuas mãos de desenhar
caravelas sem rumo,
rumo a destinos virgens,
com a força redonda
do teu abraço puro,
quente, de ancoradouro.
Esqueço-me das horas
à beira da falésia
do teu promontório
de afagos,
no aconchego dos segredos
que me confias
para que eu te possua
na inóspita distância
dos dias que vierem.
Na imensidão dos momentos
fugazes que me ofereces
esqueço-me (...)
Há no ar uma magia desconcertante e a luz tem o sabor impregnado das amoras silvestres, como se fora lua cheia e os pirilampos ziguezagueassem ao encontro do sonho nos penhascos da via-láctea. Sinto-me cheio da vontade de ir na direcção do acaso a colher marmequeres campestres e papoilas rubras de desejo ouvindo o coachar de rãs preguiçosas ou o zumbido de abelhas ladinas no silêncio de (...)