Não estavas, mas estiveste!
Não falaste, nem riste, mas senti-te!
O teu lugar ficou vazio
e o teu prato não foi tocado sequer,
mas o eco das tuas gargalhadas
encheu aquele lugar do chão ao tecto
e tudo o que não dissemos
eu recordei,
quando o ruído das vozes maquilhou de sorrisos
aquele espaço sem tempo.
Não foi nada mais do que saudade!
Não foi senão um desejo profundo
de te saber ali,
ainda que nada o fizesse notar.
Não choremos agora, que a vida tem outra intensidade
e outra luz e mais fulgor a eternidade!
Quem permanece no coração
faz acontecer Natal todos os dias,
ainda que os dias sejam de distância e solidão!
Inclino-me e sinto-me feliz!
Nada te afasta, quando tu permaneces!
Em 25.Dez.2015
PC
Carrego as palavras
como anjos de algodão
desnudados da vergonha
ou da ingratidão
arrasto à força desejos
de paz e bem querer
como se todo o futuro
não fosse acontecer
repito sem cessar
este grito de revolta
por tudo quanto doi
e anda por aí à solta
afago o olhar mortiço
dos putos da rua toda
é que neles perdeu o viço
a festa, o riso, a boda!
e evito a voz amarga
dum velho da beira rua
que se crava como adaga
em mim, sonhador da lua!
e o meu riso é minha dor
e a minha dor um punhal
que se afunda com fragor
nesta quadra de Natal!
que entre luzes e filhós
da familia que se irmana
há tantos e tantos, tão sós,
na sua condição infra-humana!
oh presépio do amor,
oh cabana simples de luz
onde estás tu, oh Senhor?
onde mora teu espírito, Jesus?
seguem as horas e os dias
noites frias, chuva e neve,
e depois das alegrias
que sobrará que nos leve
a buscar outro caminho
que nos faça ser capazes
de dar alma ao coração
destes tempos tão vorazes?
Neste tempo, nesta época, nesta quadra, onde o peso dos sem peso sopesa e muito nas nossas atitudes, talvez valesse a pena tomar um caminho novo, que não passa por seu outro, mas passa por ser diferente.
Diferente perante si mesmo, perante os outros, perante a sociedade e perante a vida!
Diferente, para melhor, tendo presente que a mudança terá que ser radical e definitiva!
Talvez assim possamos festejar o próximo Natal sem a obrigação de ser Bom!
FESTAS FELIZES A TODOS OS QUE SENTEM QUE VALE A PENA APOSTAR NUM NATAL DIFERENTE!
nas montanhas lunares e nos
equinócios escreveríamos sinais
e com lumes acesos aqueceriamos
os silêncios e as solidões alheias e nuas
para que de cada nova noite se soltasse
um grito mais e tantos que o coro de todos eles
fosse a seara ondeante dum trigal de espigas loiras
E ainda assim este poema tem a encimá-lo o se que tanto doi a quem só tem dores para desfiar à lareira dum fogo que não arde, porque a esperança está prestes a morrer no borralho da cinza quase extinta!
Apesar do pinheiro verde, cinzento é quase tudo o que à sua volta se move impaciente e impassível, no alheamento dum tempo frio onde os corpos gangrenados se escondem sob papelões velhos a mitigar o abandono dos simplesmente abandonados!
by Paulo César, em 24.Nov.2009, pelas 20h30
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