Quem és tu?
Quem és tu?
A imagem que o espelho frio
reflecte
e tem olhos fundos de ver
para além da espessura
enquanto se derrama
entre a abstracção e o enfado?
A sombra desenhada no alcatrão
negro e impenetrável
pelo sol inacessível,
que vai pontapeando
pedras soltas
como se chutasse o medo?
O vagabundo que trauteia
canções de embalar
nas ruas desertas
convencido de que o luar é
a vela na mesa posta
para um jantar sem data?
(...)