E agora? Que palavras devo usar Para dizer quanto sinto? Que sorriso devo pôr Para mostrar alegria? Que devo fazer agora Que se levantou este ar fresco que me liberta Este sol tão quente que me deslumbra Esta vastidão de horizontes Que me aniquila na pequenez de ser Eleito entre tantos que continuarão perdidos Nas masmorras do abandono Entregues a solidões algozes A deglutir esperanças após esperanças, Até ao completo desespero? E agora, Que é suposto fazer para ser digno Des (...)
Páro!
E quando já nada me apetece pensar
volto-me para o sol envergonhado,
no esconde-escode das núvens negras
e penso ainda...
E retomo a caminhada
na lenta passada dos dias
adivinhando a saudade
enquanto a chuva diluviana
sacode o silêncio poeirento
do Outono cinzento.
E olhando em redor
levanto as mãos em prece
e agradeço
uma vez ainda repetida e teimosamente
a luz e a treva
o sorriso e as lágrimas
o ser racional
e o ente espiritual
que me dá asas para (...)
Para aqueles que são a razão de estar aqui!
Não vos sinto as dores,
nem vos oiço os queixumes,
nem conheço os vossos sonhos adiados,
nem sei dos vossos medos,
nem adivinho a grandeza das vossas solidões,
nem pressinto o fervor da vossa fé,
ou a grandeza dos vossos projectos,
ou a temerária audácia dos vossos futuros
de gente de mãos calejadas,
de pernas doridas e prestes a ceder,
de corações quase extintos, abafados,
dos vossos olhares nublados,
dos (...)
Vergo-me ao poder do teu olhar
límpido, cristalino,
do teu sorriso cintilante,
infantil, doce,
das tuas mãos de desenhar
caravelas sem rumo,
rumo a destinos virgens,
com a força redonda
do teu abraço puro,
quente, de ancoradouro.
Esqueço-me das horas
à beira da falésia
do teu promontório
de afagos,
no aconchego dos segredos
que me confias
para que eu te possua
na inóspita distância
dos dias que vierem.
Na imensidão dos momentos
fugazes que me ofereces
esqueço-me (...)
Palmas...
De pé...
Em uníssono...
Troando as paredes,
exorcisando a penumbra
da teia,
o colorido do cenário,
a frenética dos camarins,
e alastrando os sentidos
e o sorriso menino
como se pedisses desculpa de ser assim
simples, cordato, grande...
Largos sorrisos,
gargalhadas jorrando como luz,
alastrando como epidemia,
cavando fundo uma alegria viva
com esgares de feiticeiro
em palavras sábias,
Vós estais sempre aí
Olhando o vazio do tempo,
Descansando no horizonte vasto
A imensidão das horas sem tamanho,
Mirando-me com o vosso sereno
Estar, mesmo quando a ausência
Tem a desmedida grandeza do adeus
Sem regresso.
E desse pedestal de saudade,
Onde a memória faz e desfaz novelos,
Construindo imagens de afecto
Entre o vaivém das marés vivas,
Sinto o desvelo da vossa presença presente
Como se algures um eco rasgasse
O silêncio para me inundar
Da vã certeza de poder sentir
(...)
“Podia dizer que estás na ternura e na beleza dos 50, mas não o vou fazer! Não o faço porque toda a tua atitude enquanto homem e pai é pautada pela ternura de actos e palavras e pela beleza como ser humano! Espero ter-te pelo menos durante mais 50 anos! Parabéns, pai! Tem um dia à tua semelhança! Beijo.” Vitor Hugo, 15-11-2007, 00h12,24 Como dizer obrigado Se as palavras (...)
Nos olhos o amor,Nas mãos o silêncio,Algures um sorrisoQue sabe a saudadeE por dentro do peito,Veloz como o vento,Um canto da terraOu o toque dum sino! Um aviso certeiro,Um afago sem mão,Um beijo que calaA dor e a angústiaE no passar do tempoA agreste certezaDo carinho sem fimQue só em ti se encerra! (...)
Foram tantos braços ao alto, tantas mãos fazendo V, tantas gargantas abertas lançando gritos ao céu. Tantos olhos rasos, rasos, duma alegria incontida, tantos passos sem canseira no trilho novo da vida. Tantas cantigas cantadas como um clamor de vitória, tantas ruas, tantas estradas que nos levaram à glória. Tantos medos que ficaram pelas esquinas libertas, tantas portas aferrolhadas que (...)
(Velha imagem... Eterna mensagem) Salvai os cravos, As rosas, os malmequeres, As papoilas… Salvai os sorrisos, os abraços, A alegria, a esperança… Salvai os projectos de futuro, A vontade de vencer… Não deixeis fechar as portas, Trancar as janelas, Construir muros… Evitai ódios, zangas, Desatinos, mal querer… Semeai estradas de horizontes Infindáveis… Plan (...)