Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

27.07.10

Obrigado!


    E agora? Que palavras devo usar Para dizer quanto sinto? Que sorriso devo pôr Para mostrar alegria? Que devo fazer agora Que se levantou este ar fresco que me liberta Este sol tão quente que me deslumbra Esta vastidão de horizontes Que me aniquila na pequenez de ser Eleito entre tantos que continuarão perdidos Nas masmorras do abandono Entregues a solidões algozes A deglutir esperanças após esperanças, Até ao completo desespero?   E agora, Que é suposto fazer para ser digno Des (...)
19.11.09

Oração (em voz alta)


Páro! E quando já nada me apetece pensar volto-me para o sol envergonhado, no esconde-escode das núvens negras e penso ainda...   E retomo a caminhada na lenta passada dos dias adivinhando a saudade enquanto a chuva diluviana sacode o silêncio poeirento do Outono cinzento.   E olhando em redor levanto as mãos em prece e agradeço uma vez ainda repetida e teimosamente a luz e a treva o sorriso e as lágrimas o ser racional e o ente espiritual que me dá asas para (...)
05.10.09

Velhos


  Para aqueles que são a razão de estar aqui!   Não vos sinto as dores, nem vos oiço os queixumes, nem conheço os vossos sonhos adiados, nem sei dos vossos medos, nem adivinho a grandeza das vossas solidões, nem pressinto o fervor da vossa fé, ou a grandeza dos vossos projectos, ou a temerária audácia dos vossos futuros de gente de mãos calejadas, de pernas doridas e prestes a ceder, de corações quase extintos, abafados, dos vossos olhares nublados, dos (...)
04.09.09

Para ti, Mãe


  Vergo-me ao poder do teu olhar límpido, cristalino, do teu sorriso cintilante, infantil, doce, das tuas mãos de desenhar caravelas sem rumo, rumo a destinos virgens, com a força redonda do teu abraço puro, quente, de ancoradouro. Esqueço-me das horas à beira da falésia do teu promontório de afagos, no aconchego dos segredos que me confias para que eu te possua na inóspita distância dos dias que vierem. Na imensidão dos momentos fugazes que me ofereces esqueço-me (...)
10.08.09

Palmas... (e até sempre)


  Palmas... De pé... Em uníssono... Troando as paredes, exorcisando a penumbra da teia, o colorido do cenário, a frenética dos camarins, e alastrando os sentidos e o sorriso menino como se pedisses desculpa de ser assim simples, cordato, grande...   Largos sorrisos, gargalhadas jorrando como luz, alastrando como epidemia, cavando fundo uma alegria viva com esgares de feiticeiro em palavras sábias,
08.06.09

Pedestal de saudade


  Vós estais sempre aí Olhando o vazio do tempo, Descansando no horizonte vasto A imensidão das horas sem tamanho, Mirando-me com o vosso sereno Estar, mesmo quando a ausência Tem a desmedida grandeza do adeus Sem regresso.   E desse pedestal de saudade, Onde a memória faz e desfaz novelos, Construindo imagens de afecto Entre o vaivém das marés vivas, Sinto o desvelo da vossa presença presente Como se algures um eco rasgasse O silêncio para me inundar Da vã certeza de poder sentir (...)
23.05.08

Post Scriptum


  “Podia dizer que estás na ternura e na beleza dos 50, mas não o vou fazer! Não o faço porque toda a tua atitude enquanto homem e pai é pautada pela ternura de actos e palavras e pela beleza como ser humano! Espero ter-te pelo menos durante mais 50 anos! Parabéns, pai! Tem um dia à tua semelhança! Beijo.”  Vitor Hugo, 15-11-2007, 00h12,24     Como dizer obrigado Se as palavras (...)
11.11.07

M Ã E


Nos olhos o amor,Nas mãos o silêncio,Algures um sorrisoQue sabe a saudadeE por dentro do peito,Veloz como o vento,Um canto da terraOu o toque dum sino!  Um aviso certeiro,Um afago sem mão,Um beijo que calaA dor e a angústiaE no passar do tempoA agreste certezaDo carinho sem fimQue só em ti se encerra!  (...)
25.04.07

Tanto futuro


Foram tantos braços ao alto, tantas mãos fazendo V, tantas gargantas abertas lançando gritos ao céu. Tantos olhos rasos, rasos, duma alegria incontida, tantos passos sem canseira no trilho novo da vida. Tantas cantigas cantadas como um clamor de vitória, tantas ruas, tantas estradas que nos levaram à glória. Tantos medos que ficaram pelas esquinas libertas, tantas portas aferrolhadas que (...)
24.04.07

Apelo...


 (Velha imagem... Eterna mensagem) Salvai os cravos, As rosas, os malmequeres, As papoilas… Salvai os sorrisos, os abraços, A alegria, a esperança… Salvai os projectos de futuro, A vontade de vencer… Não deixeis fechar as portas, Trancar as janelas, Construir muros… Evitai ódios, zangas, Desatinos, mal querer…   Semeai estradas de horizontes Infindáveis… Plan (...)