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No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

18.06.10

Quase sonho...


(Imagem obtida na internet)   Tornar-se o sonho! O próprio sonho vir a ser... Mais que fisico, carne ou pedra, ser chama, Labirinto de sentimentos e aventura, Lastro de mar em marés mais vivas que a dor, Mais funestas que a morte; Queda livre no infinito De onde só a palavra será capaz de ressuscitar A (...)
09.04.10

Ambientes


  Pelas praças largas deambulam os olhares vazios de gente ausente e dos beirais suspensos caiem gotas de chuva lavada tal como o suor pelas faces dos atletas.   Um barco vai arroteando as águas como charrua na terra mansa e, em coro, um magote de crianças lança um estribilho feliz como se anunciasse a taluda.   Ruas perdidas levam ao silêncio e um raio de sol perfura a carcomida vidraça por onde uma velha espreita quem passa fechada sobre a sua mudez.   H (...)
02.11.09

Perdidamente perdida


  Mas hoje nem riso, nem pranto Que o dia é dia de Sol Viver mais um dia, que espanto! Sou feliz! No milheiral, girassol.   Excerto do poema “Não trago comigo não”, de Natália Nuno     De olhos no sol invento o futuro que de longe me chama com sua voz mansa e de quanto passou, luminoso ou escuro, já só tenho a saudade, só me resta a lembrança!   Queria, ah como eu queria tanto, ser pardal, andorinha, estorninho ou rola para voar e (...)
17.10.09

Em nome da Terra


  Bato às portas e pergunto: até quando? E o grito que ecoa nos cantos diz-me de volta: não sei!   Vou pela ruas, triste e andrajoso, e pergunto a quem passa: até quando? E em coro respondem: não sei!   Olho ao redor e enfrentando o horizonte, questiono o silêncio e a sombra calada, que, sempre seguindo os passos que dou, jamais me responde.   E a pergunta rotunda, prenhe e repetida, ancorada nas praças, lançada nas ruas, esvoaça pairando sobre as (...)
04.08.09

Premonição


  "Bem aventurados os puros de coração, Porque verão a face de Deus..."   (uma das nove Bem-Aventuranças do Sermão da Montanha) * * * * * * * * * * * * * * *   Se a luz pequenina, que ainda me enche o olhar, o coração e o horizonte, vacilar ante uma rajada de vento forte, talvez seja o rugir da morte arrastando os passos pesados de besta viperina. E porque o medo atroz me tolda o discernimento e me estrangula a voz para gritar por socorro, sei que (...)
24.07.09

Desígnio


Vagaroso o tempo escoa-se, esfuma-se... O sol cai a pique no horizonte, ao fundo... Os olhos bailam, entre o verde e o azul, pesados de sono, cansados de luz... E, num céu de estrelas invisíveis, os pássaros desenham faúlhas de assombro, em voos labirinticos. Uma nau retoma a rota nos braços de Eolo e na prenhez do mar absorto, carrocel de magia espreguiçando-se no areal, ergue-se ávida a emoção da descoberta. Retomaremos a busca de Prestes João? Ou (...)