(Imagem obtida na internet) Tornar-se o sonho! O próprio sonho vir a ser... Mais que fisico, carne ou pedra, ser chama, Labirinto de sentimentos e aventura, Lastro de mar em marés mais vivas que a dor, Mais funestas que a morte; Queda livre no infinito De onde só a palavra será capaz de ressuscitar A (...)
Pelas praças largas
deambulam os olhares
vazios
de gente ausente
e dos beirais suspensos
caiem gotas de chuva
lavada
tal como o suor pelas faces
dos atletas.
Um barco vai
arroteando as águas
como charrua na terra mansa
e, em coro,
um magote de crianças
lança um estribilho feliz
como se anunciasse a taluda.
Ruas perdidas levam ao silêncio
e um raio de sol perfura
a carcomida vidraça
por onde uma velha espreita quem passa
fechada sobre a sua mudez.
H (...)
Mas hoje nem riso, nem pranto
Que o dia é dia de Sol
Viver mais um dia, que espanto!
Sou feliz! No milheiral, girassol.
Excerto do poema “Não trago comigo não”, de Natália Nuno
De olhos no sol invento o futuro
que de longe me chama com sua voz mansa
e de quanto passou, luminoso ou escuro,
já só tenho a saudade, só me resta a lembrança!
Queria, ah como eu queria tanto,
ser pardal, andorinha, estorninho ou rola
para voar e (...)
Bato às portas e pergunto:
até quando?
E o grito que ecoa nos cantos
diz-me de volta:
não sei!
Vou pela ruas, triste e andrajoso,
e pergunto a quem passa:
até quando?
E em coro respondem:
não sei!
Olho ao redor e enfrentando o horizonte,
questiono o silêncio
e a sombra calada,
que, sempre seguindo os passos que dou,
jamais me responde.
E a pergunta rotunda,
prenhe e repetida,
ancorada nas praças,
lançada nas ruas,
esvoaça pairando sobre as (...)
"Bem aventurados os puros de coração,
Porque verão a face de Deus..."
(uma das nove Bem-Aventuranças do Sermão da Montanha)
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Se a luz pequenina,
que ainda me enche o olhar,
o coração e o horizonte,
vacilar
ante uma rajada de vento forte,
talvez seja o rugir da morte
arrastando os passos pesados
de besta viperina.
E porque o medo atroz
me tolda o discernimento
e me estrangula a voz
para gritar por socorro,
sei que (...)
Vagaroso o tempo
escoa-se,
esfuma-se...
O sol cai a pique
no horizonte,
ao fundo...
Os olhos bailam,
entre o verde e o azul,
pesados de sono,
cansados de luz...
E, num céu de estrelas
invisíveis,
os pássaros desenham
faúlhas de assombro,
em voos labirinticos.
Uma nau retoma a rota
nos braços de Eolo
e na prenhez do mar absorto,
carrocel de magia
espreguiçando-se no areal,
ergue-se ávida a emoção
da descoberta.
Retomaremos a busca de Prestes João?
Ou (...)