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No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

10.01.12

O sítio da acácia


    No lugar onde aprendi a dizer o teu nome Abri um buraco fundo e plantei uma acácia, Que cresceu até o infinito. Vieram as aves em sucessivas primaveras E fizeram ninhos quentes e macios E criaram os filhotes, Como se do alto daquela acácia florida Fosse possível alcançar o céu. Hoje, que o céu ficou plúmbeo, Duma angústia com lágrimas de chuva Nos olhos, Já não me lembro que nome era o teu... Sei apenas que a acácia está velha, Como eu! Em 19.dez.2011, pelas 23h00 PC (...)
03.08.11

O saber-me...


O lugar (fonte: Google)     Tão pouco sei E o que sei é tanto Que, no desencanto De viver, Nas horas aturdidas Me encanto Por sentir que sei Da vida mil vidas E do tempo o quanto Me basta saber.   E se outro tanto soubesse Nada saberia De mais! Só me entristece A alegria Dos que vivem brutais Redondos e sincréticos Num casulo de casmurrice A desenhar a mesmice Dos heréticos.   Sobe o sol no alto azul E sucessivamente assim Rola a vida, o tempo, a lei… Olho a norte, rodo a sul E (...)
08.12.10

Despojamento...


Tela by "W. Kandinsky" (imagem obtida na net)   Destoutra arte de ser Nada sei, Nada sou, E escrevo nos silêncios as palavras malditas, Como se sangrasse As lágrimas e o suor em bagas.   Do acaso nasci e, por acaso, Encontrei nas veredas Os lagartos verdes E os besouros, Que sibilaram, sem tréguas, O zumbido das dores Caladas.   Onde irei, se os passos me levarem Adiante? Na verdade, que mal sei ou desconfio, Distingo sombras e negrumes, Onde arvoro farrapos de sonhos E esconjuro (...)
28.11.10

Versejando - XXVII


  Desisti de ser o balão Que sobe no ar Soprado pelo furor dum vento agreste Que me sacode e me viola Até à alma!   Desisti de ser a sombra Que se arrasta pelo chão Submissa como o mais dócil cão, Sem latir e sem rosnar, Inútil na ponta duma trela!   Desisti de ser a voz que acalma O grito de quem ergue A razão e o desassombro Em palavras escavadas à força Na turbulência do desassossego!   Desisti de ser Outro que não eu mesmo! E quando me perguntarem (...)
28.09.09

Tu e eu, somos nós


  No silêncio dorido, da separação impossível... Na distância breve, do “adeus, até logo”... No murmúrio vagaroso, dos afectos sublimados... No olhar adormecido, com que fitamos distâncias... Na mão transpirada, com que lançamos beijos... Nas palavras bravias, com que defendemos ideias... Na sombra inquieta, que nos segue impiedosa... Nas certezas infantis, a quem damos colo... N (...)