Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

11.09.11

Querendo eu posso ir além... (Sextina 001)


Imagem/fonte: Google - Formatação: PC     Querendo, eu posso ir além Das palavras e dos gestos sem raiz Para erguer, entre o espaço, a madrugada E erigir, entre os sorrisos, a esperança Dos anónimos que, vão peregrinando, Para obter misericórdia e paz infinda.   A crueza crescente torna infinda A caminhada daqueles que vão além E em desespero se dão, peregrinando, Sem (...)
01.05.10

Navegar ainda


  Navego à descoberta do labirinto na cratera do sonho e cada pedra traz o espanto e a vontade de ir mais adiante até aos confins da realidade   palavras e ecos unem-se no mural da ousadia a desenhar o perfil dos caminhos e a estrada dos ventos que entroncam na memória   vagas e estrelas enxameiam o meu espaço transformando a terra em mar e o céu em desafio ainda que o olhar esmoreça e a esperança quebre   os algozes das trevas não morreram na derrota d (...)
03.03.10

Das flores e dos pássaros...


Sobram as flores nas tardes estivais e os pássaros mortos na orla do infinito têm olhares sonâmbulos de adivinhos sem aura. Perco a viagem sem destino e agarro nas mãos trémulas os pedaços de tempo perdido como fios de água imprecisa com sabor a inquietação. Recuso o assombro e espanto as núvens no vértice da manhã a lavrar erros e dúvidas e a esconjurar artificios qual espadachim do Demo. Não me venço, dando-me por vencido! Persisto na busca da (...)
10.01.10

Desencontros


  Todos os beijos sabem a mel E limão... E todas as carícias têm o perfume Das rosas bravas Nascidas nos caminhos do vento Nas encruzilhadas dos dias solarengos.   Suspenso da saudade De ti Acordo para as manhãs renovadas De todos os dias A saborear os encontros furtivos E as despedidas infames.   Calo em segredo as aventuras Que comungámos Na avidez dos degredados E volto costas ao sol que nasce a oriente Para esconder as lágrimas Que denunciam a dor.   Por um caminho qualquer
19.10.09

Que dor é esta


  Que dor é esta que te dói Mesmo quando não a sentes E te amofina nos dias solarengos Quando devias estar feliz Contemplando o azul e sentindo A aragem beijar-te a face silenciosa? Que estranho poder tem essa garra Que se entranha no teu corpo todo E te obriga a ceder quando só desejas Ir por aí ao acaso dos passos perdidos A indagar os sons e os cheiros Como se fosses alquimista ou génio? Porque estranhas maneiras Se aninha em ti essa quase intrusa Deixando-te (...)
08.10.09

Primavera


  Telúrica a vontade crispa-se na rudeza das horas e adormece ante o indício da espera. Os abismos da dor entrelaçam a esperança num abraço singular mortífero. Paira nas ressonâncias do sonho-pensamento-ideia a incerteza do amanhã, desenhado agora como esquisso ou aventesma.   Maremotos de raiva alagam as cercanias da consciência naufraga e cavalgando o Adamastor do sombrio horizonte o ponto cardeal, que é destino, perde-se na bruma amante de sereias (...)
24.07.09

Desígnio


Vagaroso o tempo escoa-se, esfuma-se... O sol cai a pique no horizonte, ao fundo... Os olhos bailam, entre o verde e o azul, pesados de sono, cansados de luz... E, num céu de estrelas invisíveis, os pássaros desenham faúlhas de assombro, em voos labirinticos. Uma nau retoma a rota nos braços de Eolo e na prenhez do mar absorto, carrocel de magia espreguiçando-se no areal, ergue-se ávida a emoção da descoberta. Retomaremos a busca de Prestes João? Ou (...)
18.06.09

Imortalidade


  Para sempre… Como se fossemos imortais!   Para sempre… Como se fossemos únicos!   Para sempre… Como se amanhã fosse o começo!   Para sempre… Eternamente para sempre Nas asas do vento, Na força das ondas, Na doçura contagiante do astro rei, Na intrepidez volátil do luar, No remanso das noites frias, No fragor inusitado das auroras, No sussurrar felino da chuva nas vidraças…   Para sempre… Eu e tu… Nós… Os dois num só, (...)
26.10.07

Poema para uma princesa


    Fundos teus olhos choramA dor duma perdaInesperada... Angustiada tua almaClama por justiçaAdiada... Tuas mãos trememNo abandono frio das noitesNa claridade abismal dos diasNa ausência feroz das horasNa sincopada cadência dos minutosQue se esfumamEnquanto as entranhas do teu serSe revolvem incapazes dum gritoQue fosse guilhotina ou setaCapaz de trespassar a indiferençaDe quantos rodopiam (...)