Porque me doem os domingos?
Sabes porque me doem os domingos?
Sabes porque me incendeiam ressonâncias
de sons e imagens
perdidas
que retornam nas horas sossegadas
frente ao televisor?
Saberás explicar-me porque vem a nostalgia
tão mansa como a aragem do final
da tarde
inundar o corpo e a mente
trespassando com a força
de um punhal
os sentidos todos
até me deixar inerte e devastado?
Que força indomável é esta
que entra pelas frinchas
(...)