Espaço onírico
O murro seco no ar infecto
onde o odor de nausea despoleta o riso
e os nervos de aço escalam a sonolência
violentando a névoa na manhã parida.
Fogueiras de espasmos acordam a ira
e o tropel da angustia desmaia no espelho
ante olhares prenhes da mórbida força
que cavalga as dunas e cala a revolta.
Tantãs tribalistas germinam nos gestos
singrando no golpe que o trovão dispara.
Crateras esventradas vomitam o sarcasmo
estrelejando o artifício dum fogo liberto.
Corpos seminus segregam fragâncias
aspiram dejectos na peleja dos ritos
e no umbral das portas abertas ao espaço
crescem aventesmas com olhos alados.
Frias dimensões conjugam ocasos
em quadrantes lascivos de sonoras imagens
avoengas figuras postam-se de atalaia
rindo de si mesmas em dementes miragens.
by Paulo César, em 05.Nov.2009, pelas 23h00