Grito do Ipiranga
Vinde vós os que calais as mãos calejadas
e tropeçais nas palavras a esconder razão
e com olhares pequenos alcançais o sonho
de escalar a dor e a imensidão
Vinde e desafiai o vasto e o longe
quietas silhuetas que o luar descobre
cavai as distâncias em passos de febre
veredas sinuosas onde o suor é nobre
aviltadas figuras de tantos silêncios
rostos de granito sem alma nem deus
frios corpos onde o sangue coalha
cravai a revolta na ponta da espada
esconjurai o medo, movei terra e ceus
erguei o pendão, preparai a batalha
(que a hora é de quantos não têm voz, mas têm dignidade!) by Paulo César, em 04.Nov.2009, pelas 19h15