Procurando a paz
Calcorreei todos os lugares onde me pareceu possivel encontrar-te.
A todos com quem me cruzei perguntei pelo teu nome.
Às núvens negras, prenhes dum aluvião de águas, indaguei por ti.
Aos pássaros assustados da minha ousadia interroguei sem resultado.
Olhando as pedras lisas de tanto serem pisadas tentei descobrir um sinal, em vão.
Era já noite e veio a lua cheia e na ansiedade de saber algo, questionei-a.
Muda me olhou na sua cor mansa e nada me disse que me desse esperança.
E pela madrugada adiante busquei até nos sonhos o azimute do teu destino
E como barco à deriva num mar de breu e tempestade soçobrei sem resposta.
Antes que outro dia chegasse e trouxesse consigo a angustia da tua perda sem solução
Entreguei-me à força duma fé conquistada na demência dos meus sentidos mortificados
E fiz-me caminheiro da Rota de Santiago, levando apenas a vontade e os pés descalços.
Subi montes, de cujos cumes vislumbrei o horizonte, desci aos vales, onde me lavei em lágrimas,
E por cada passo que dei um grito atirei ao labirinto das inquietações, que fizeram eco nos abismos.
Perdi-me de mim mesmo quando te perdi! Encontrar-me-ei, por fim, quando te encontrar em mim!
Em 08.abr.2012, pelas 22h30
PC
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