Obrigado!

E agora?
Que palavras devo usar
Para dizer quanto sinto?
Que sorriso devo pôr
Para mostrar alegria?
Que devo fazer agora
Que se levantou este ar fresco que me liberta
Este sol tão quente que me deslumbra
Esta vastidão de horizontes
Que me aniquila na pequenez de ser
Eleito entre tantos que continuarão perdidos
Nas masmorras do abandono
Entregues a solidões algozes
A deglutir esperanças após esperanças,
Até ao completo desespero?
E agora,
Que é suposto fazer para ser digno
Desta graça enorme de ser
De novo útil?
Nada sei dizer ou fazer incomum,
Extraordinário ou transcendental…
Sei tão somente fechar os olhos,
Ficar em silêncio
E com palavras que não digo, mas sinto,
Escrever nas tábuas do imenso céu,
Na orla das praias banhadas pelas ondas teimosas,
Nos picos altos dos montes todos:
OBRIGADO!
by Paulo César, em 20.Jul.2010, pelas 15h00