Nu e só
Faltas-me tu
e sinto este nó
vazio de estar nu
ausente de estar só
teu olhar eu procuro
na ausência feroz...
esbarro no eco duro
que ficou da tua voz
tua mão dizendo adeus
teu corpo todo tremendo
e um beijo solto nos céus
que solto se foi perdendo
aquela lágrima bravia
a cavar a tua face
e eu calando a agonia
na sombra do desenlace
estou tão só
calado e nu
a remoer a saudade
daninho o medo o dó
grita teu nome mas tu
estás lá longe e na verdade
não ouves meu grito mudo
não escutas este meu brado
que de tão forte e agudo
é como um gume afiado
sei agora em desespero
o quanto valor escondes
mas se te chamo, se te quero
porque não me respondes?
que promessas te farei?
que compromissos jurar?
muito deste, pouco dei,
será que tenho ainda para dar?
talvez devesse assumir
uma decisão apenas:
amar-te sem discutir
coisas vãs, vagas, pequenas!
estou só
faltas-me tu
sinto dó
acho-me nu.
PS: Recupera rápido! Eu estarei aqui!
by Pau César, em 20.Jan.2010, pelas 11h30