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Quando num espaço de silêncio
Elevares teus olhos
E buscares dentro de ti
A clausura das palavras,
A grandeza das coisas simples
Ou a redonda gravidez da existência,
Terás deus por perto
E sentir-ás comensal no seu banquete!
Ainda que lhe chames Buda,
Ou o apelides de Alá,
Ou te inclines perante Javé ou Jeová,
Ou te assombre o legado da Trindade
- Pai, Filho e Espírito Santo...
É à Divindade que entregas
O quanto sentes e vives,
O muito que esperas
Quando só esperas amar
Quem te rodeia
Esperando que o amor inunde
Como aluvião de cheia
E torne fértil o campo árido
Das almas crentes
E de quantos não crendo
Esperam um sinal
Ou uma centelha de luz.
Quando sentires deus em ti
Aninha-te no seu regaço,
Aconchega-te nos seu braços,
Vibra na intimidade da sua presença
E sê trombeta da Alegria,
Arauto da Esperança,
Porta-voz da Graça,
Porta-estandarte da Justiça.
Sê nada entre os pequenos,
Sopro de nada entre os grandes
E simplesmente tu
Ante tu mesmo.
E se maior e mais vivo amor
For possível,
Ama sem limites ou fronteiras,
Até que tu e deus
Sejam parte de um só
Na irmandade do Silêncio
Complacente
Na indiferença retumbante
Do pó.
by Paulo César, em 12.Mai.2008, pelas 13h45