Perguntas sem resposta
Dono do mundo não sou
dono de mim também não
acaso sou dono das palavras
que povoam o meu ser?
Serei dono dos momentos
em que deixo correr a vertigem
e deposito na folha nua
os sentimentos solúveis
e tantos outros insolúveis
que me invadem de rompante
e se vêm sentar à soleira
dos meus olhos prescrutando
a vaguidão e os meus segredos
mais secretos, mais guardados,
aqueles que não ouso falar
nem para mim mesmo?
Se nada é meu, nem eu de mim,
que busco quando procuro
no recondito lugar sem fim?
O longe, o distante, o efémero,
ou simplesmente gasto o tempo
na loucura de estar ocupado?
by Paulo César, em 31.Mar.2007, pelas 17h15