Esta noite sonhei contigo! Um sonho solto, leve, natural, verdadeiro... Como se viesse do fundo da memória para recontarmos a nossa história por inteiro. Aninhados um no outro, num abraço que nos tornava unos, deixamos que o dia amanhecesse na nossa pele sedenta de toque e sem nada pedir ou cobrar cada um deu de si o melhor num deslumbramento de beijos, num emaranhado de carícias, numa chuva de olhares doces e febris que acenderam fogos nos precipícios e desencadearam tempestades nos (...)
Pergunto ao tempo
se o tempo ainda tem tempo para mim
e o tempo, sem argumento,
diz que não e diz que sim.
Tempo, tempo...
Quanto tempo me resta
neste tempo
de vida em festa?
Não ouvi, nao escutei
a resposta que me deu.
Calou-se o tempo
ou simplesmente morreu?
Haja tempo,
sobre coragem,
persevere quem o queira
e, assim, desta maneira,
há quanto tempo anda o tempo
nesta louca viagem?
Em 17.Fev.2019
Escrevo agora para que nunca se perca
esta memória que se arrasta comigo:
- o tempo escorre liquefeito,
fechando portas libertando o perigo
que me há-de levar ao ponto sem retorno
onde me entregarei vencido em abandono
sem saber quem fui, quem sou ou serei,
oh rei dum castelo, sem coroa, nem trono.
Se tanto ousar e a tanto me expuser,
quero ser ainda imagem e textura
do que a vida fez de mim e ate morrer
que eu saiba ser "água mole em pedra dura..."
Depois... (...)
Não estavas, mas estiveste! Não falaste, nem riste, mas senti-te! O teu lugar ficou vazio e o teu prato não foi tocado sequer, mas o eco das tuas gargalhadas encheu aquele lugar do chão ao tecto e tudo o que não dissemos eu recordei, quando o ruído das vozes maquilhou de sorrisos aquele espaço sem tempo. Não foi nada mais do que saudade! Não foi (...)
Meu sentimento é de nada! Nada... e nada acontece. E o nada, que o tudo traz, tira-lhe a esperança e a paz e em desespero fenece como lamparina sem luz, que a noite fria reduz a sombra negra, calada. Meu sentimento é de nada! Nada mais, que tudo é nada! Em 20.Ago.2015 PC
do alto da minha janela aberta à noite, ao luar e ao longe vejo o que vejo e o que almejo. as casas caladas, que ficam do outro lado da rua, os carros, que correm atrás dos sonhos dos condutores acelerados, as árvores, nuas de ninhos e prenhes de pássaros imberbes, os cães vadios rosnando a fome junto aos caixotes do lixo, os gatos no cio miando desejos, com olhos de (...)