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No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

07.06.23

LIMBO


Já não há tempo para te falar do sabor dos dias, nem para te carregar nos braços e te levar aos confins do silêncio, onde moram os anjos querubins, as fadas, os arlequins e de onde irradiam, acutilantes, os raios de sol ardentes. já não há tempo para te dizer num abraço a estreita infinitude das memórias que galgam os diques e alagam o horizonte das planuras onde me deito e medito, chispando a febre do desejo nunca alcançado. Delicado o meu olhar buscará o ponto de luz que (...)
20.01.16

O NATAL POSSÍVEL


Não estavas, mas estiveste! Não falaste, nem riste, mas senti-te! O teu lugar ficou vazio e o teu prato não foi tocado sequer, mas o eco das tuas gargalhadas encheu aquele lugar do chão ao tecto e tudo o que não dissemos eu recordei, quando o ruído das vozes maquilhou de sorrisos aquele espaço sem tempo.   Não foi nada mais do que saudade! Não foi (...)
10.01.12

O sítio da acácia


    No lugar onde aprendi a dizer o teu nome Abri um buraco fundo e plantei uma acácia, Que cresceu até o infinito. Vieram as aves em sucessivas primaveras E fizeram ninhos quentes e macios E criaram os filhotes, Como se do alto daquela acácia florida Fosse possível alcançar o céu. Hoje, que o céu ficou plúmbeo, Duma angústia com lágrimas de chuva Nos olhos, Já não me lembro que nome era o teu... Sei apenas que a acácia está velha, Como eu! Em 19.dez.2011, pelas 23h00 PC (...)
09.05.11

Viagem ao centro de mim


  Chancelaria - Coreto da minha aldeia natal (imagem obtida na net)   Do ontem veio a saudade A emoção e a gratidão intemporal Castigando de carinho e de beijos A serenidade e o brilho da pele inteira E a viscosa sombra do olhar Incapaz de negar a alegria sem preço.   Agora já não há o fosso do tempo A separar os corpos e os abraços Ou a impedir o caudal das lágrimas Pois consumado foi o reencontro E cumprida foi a vontade De voltar ao colo onde a luz se fez seiva.   Passos (...)
22.01.11

Deixa-me só...


  Deixa-me só...   Não atormentes o meu silêncio com palavras inúteis ou um sorriso macilento que traga consigo o odor a bafio e uma quase aspereza com sabor a castigo sem perdão!   Deixa que me embale no abandono duma viagem sem destino como se buscasse a pedra filosofal ou o elixir da eterna juventude ainda que as lágrimas caiam no âmago do mesmo silêncio bruto e doam como punhais tragando a carne em agonia!   Deixa-me só... A guardar os caminhos sem (...)
05.12.10

Quando te encontrarei em mim? (Alma...)


Tela de "Frank Lloyd Wright's" (imagem obtida na net)   Pesquisei onde suspeitei que estarias E até nos lugares onde nunca foste, Como se encontrar-te fosse uma promessa!   Nos filamentos do meu orgulho E nas saliências do meu abandono Inscrevi o teu nome a ferro e fogo…   Perguntei por ti a quem passava, Afixei anúncios em letra desenhada, Gritei nas ruas, sob cada arcada…   Inquiri o vento pelas madrugadas, Com voz furiosa castiguei o silêncio E até às nuvens mandei recado!   Ansiei que chegasses ao nascer d’alva
20.05.10

Deixa-me só...


  Deixa-me só...   Não atormentes o meu silêncio com palavras inúteis ou um sorriso macilento que traga consigo o odor a bafio e uma quase aspereza com sabor a castigo sem perdão!   Deixa que me embale no abandono duma viagem sem destino como se buscasse a pedra filosofal ou o elixir da eterna juventude ainda que as lágrimas caiam no âmago do mesmo silêncio bruto e doam como punhais tragando a carne em agonia!   Deixa-me só... A guardar os caminhos sem (...)
16.04.10

primeiro amor


  ao sorriso junto os teus olhos claros e uma nuvem suspensa no azul a jogar com o sol envergonhado ao esconde-esconde.   depois tomo-te a mão e carregados dum sonho sem mácula seguimos rumo ao paraíso nas asas rebeldes duma andorinha negra   acendemos a fogueira da paixão junto aos plátanos da beira rio murmurando palavras doces e comuns   fazemos caminhos novos pelas rua velhas onde plantamos beijos e guardamos os segredos mais secretos sob as arcadas (...)
14.04.10

Avô


  No plano das águas deposito o silêncio transcendente, descosendo das palavras os nós que agrilhoam as emoções para me unir à mágica luz reminiscente do teu olhar feito de memória viva e saudade, que implode no meu coração até às lágrimas.   Quando foste, ficaste mais autêntico dentro do meu sonho de quase menino e hoje és ainda a realidade imanente dos meus dias futuros.   Quando nos (re)encontrarmos vou dizer, num abraço imenso o quanto te amo! (...)