Já não há tempo para te falar do sabor dos dias, nem para te carregar nos braços e te levar aos confins do silêncio, onde moram os anjos querubins, as fadas, os arlequins e de onde irradiam, acutilantes, os raios de sol ardentes. já não há tempo para te dizer num abraço a estreita infinitude das memórias que galgam os diques e alagam o horizonte das planuras onde me deito e medito, chispando a febre do desejo nunca alcançado. Delicado o meu olhar buscará o ponto de luz que (...)
Não estavas, mas estiveste! Não falaste, nem riste, mas senti-te! O teu lugar ficou vazio e o teu prato não foi tocado sequer, mas o eco das tuas gargalhadas encheu aquele lugar do chão ao tecto e tudo o que não dissemos eu recordei, quando o ruído das vozes maquilhou de sorrisos aquele espaço sem tempo. Não foi nada mais do que saudade! Não foi (...)
No lugar onde aprendi a dizer o teu nome Abri um buraco fundo e plantei uma acácia, Que cresceu até o infinito. Vieram as aves em sucessivas primaveras E fizeram ninhos quentes e macios E criaram os filhotes, Como se do alto daquela acácia florida Fosse possível alcançar o céu. Hoje, que o céu ficou plúmbeo, Duma angústia com lágrimas de chuva Nos olhos, Já não me lembro que nome era o teu... Sei apenas que a acácia está velha, Como eu! Em 19.dez.2011, pelas 23h00 PC (...)
Chancelaria - Coreto da minha aldeia natal (imagem obtida na net) Do ontem veio a saudade A emoção e a gratidão intemporal Castigando de carinho e de beijos A serenidade e o brilho da pele inteira E a viscosa sombra do olhar Incapaz de negar a alegria sem preço. Agora já não há o fosso do tempo A separar os corpos e os abraços Ou a impedir o caudal das lágrimas Pois consumado foi o reencontro E cumprida foi a vontade De voltar ao colo onde a luz se fez seiva. Passos (...)
Deixa-me só...
Não atormentes o meu silêncio
com palavras inúteis
ou um sorriso macilento
que traga consigo o odor
a bafio
e uma quase aspereza
com sabor a castigo
sem perdão!
Deixa que me embale no abandono
duma viagem sem destino
como se buscasse a pedra filosofal
ou o elixir da eterna juventude
ainda que as lágrimas
caiam no âmago do mesmo silêncio
bruto
e doam como punhais
tragando a carne em agonia!
Deixa-me só...
A guardar os caminhos sem (...)
Tela de "Frank Lloyd Wright's" (imagem obtida na net) Pesquisei onde suspeitei que estarias E até nos lugares onde nunca foste, Como se encontrar-te fosse uma promessa! Nos filamentos do meu orgulho E nas saliências do meu abandono Inscrevi o teu nome a ferro e fogo… Perguntei por ti a quem passava, Afixei anúncios em letra desenhada, Gritei nas ruas, sob cada arcada… Inquiri o vento pelas madrugadas, Com voz furiosa castiguei o silêncio E até às nuvens mandei recado! Ansiei que chegasses ao nascer d’alva
Deixa-me só...
Não atormentes o meu silêncio
com palavras inúteis
ou um sorriso macilento
que traga consigo o odor
a bafio
e uma quase aspereza
com sabor a castigo
sem perdão!
Deixa que me embale no abandono
duma viagem sem destino
como se buscasse a pedra filosofal
ou o elixir da eterna juventude
ainda que as lágrimas
caiam no âmago do mesmo silêncio
bruto
e doam como punhais
tragando a carne em agonia!
Deixa-me só...
A guardar os caminhos sem (...)
ao sorriso junto
os teus olhos claros
e uma nuvem suspensa no azul
a jogar com o sol
envergonhado
ao esconde-esconde.
depois tomo-te a mão
e carregados dum sonho
sem mácula
seguimos rumo ao paraíso
nas asas rebeldes
duma andorinha negra
acendemos a fogueira
da paixão
junto aos plátanos
da beira rio
murmurando palavras
doces e comuns
fazemos caminhos novos
pelas rua velhas
onde plantamos beijos
e guardamos os segredos
mais secretos
sob as arcadas (...)
No plano das águas
deposito o silêncio
transcendente,
descosendo das palavras
os nós que agrilhoam
as emoções
para me unir à mágica luz
reminiscente
do teu olhar
feito de memória viva
e saudade,
que implode no meu coração
até às lágrimas.
Quando foste,
ficaste mais autêntico
dentro do meu sonho
de quase menino
e hoje és ainda a realidade
imanente
dos meus dias
futuros.
Quando nos (re)encontrarmos
vou dizer,
num abraço imenso
o quanto te amo!
(...)