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No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

22.04.07

Sete pedras raras


Tenho sete pedras raras Num bolso cheio de nada, Todas belas, todas caras… Tendo sete pedras raras Não me furto à caminhada!   Cada pedra tem seu toque, Cada uma tem seu som E ao tocá-las sinto um choque… Pois se cada uma tem seu toque Livre é o mundo! Livre e bom…   Sete pedras que são minhas. Sete e sete, quantas são? Sete escravas ou rainhas… Todas as sete são minhas E adornam-me o coração!
09.04.07

Procura-me


Procura-me como se procurasses no escuro... Tateia... Palpa o negro que te envolve e sente o vazio, o oco, o indizível... Procura-me na claridade da aurora matinal... Naquele raio único que brota por detrás daquela núvem fantasmagórica, opaca, disforme e mergulha no alvor como se fosses renascer. Procura-me (...)
27.03.07

Desabafo...


Hoje apetece-me não escrever... Vou fazer de conta que o dia de hoje não aconteceu e olhar no espelho os meus olhos fundos, arregalados e emudecidos, quase atónitos, embriagados de perplexidade, e encolher os ombros com a indiferença velhaca de quem nada tem para dizer, e no entanto diz... Não! Definitivamente hoje foi um dia não. Um daqueles dias que vêm na volta da maré, no dorso das vagas, (...)
13.03.07

Por acaso


Por um acaso fui longe no louco sonho do amor Por acaso dum acaso inventei a própria dor Por acaso descobri que sendo eu este que sou só por acaso vivi o que a memória guardou Foram por acaso cartas mil telefonemas, viagens, mil outros sonhos sonhados muitas esperas, miragens Do acaso fiz parceiro a quem tudo confiei entreguei-me verdadeiro do que restou já não sei Só por acaso aqui estou a (...)
11.03.07

Carta (em pezinhos de lã)


Sabes, hoje apetece-me dizer coisas sem nexo. Coisas que tu entendas e que eu não saiba como dizer, coisas simples, que se complicam na medida em que eu sou incapaz de dize-las de forma escorreita, simplesmente. Hoje apetece-me escrever uma carta, com palavras raras, quase preciosas, com consabidos sons que só tu percebas e saibas decifrar no silêncio da leitura, talvez sentado no sofá da sala, (...)
20.01.07

Murmúrio


Poiso no teu corpo Os olhos da noite, Devagar, Silenciosamente. Vagamente mergulho Na memória de ti Percorrendo cada curva, Cada saliência, Cada pedaço de pele, Como se rasgasse O horizonte Até ao infinito. Invado a saudade Do tempo perdido Como se penetrasse anónimo O segredo inviolado Do teu olhar E por ele atingisse A perfeição Ou o Éden! Escravo da ausência Dependo do teu halo, Da tua (...)