Sonhador (imagem obtida no Google) De quando em vez remo Contra a aragem sangrenta dos tempos Tomando asas de condor A rasgar o horizonte e a esculpir Estátuas hermafroditas No centro rochoso das praças nuas. Libo os néctares das estepes Que se erguem na orla das imagens Peregrinas que navegam as dores insolentes No limbo da amálgama dos dias Entre a embriaguez e a demência Matizada dos canteiros de açucenas. Disfarço as rugas e as mazelas maquilhando De sorrisos a raiva e (...)
Do amor, as palavras gastas…
Do silêncio, os rumores perdidos…
Do adeus, as lágrimas frias…
Do sonho, as sombras translúcidas…
Da terra, o pó levantado…
Do sol, a constância da luz…
Do mar, a salina fragrância…
Da lua, os mitos antigos…
Dos teus olhos, o azul quase céu…
Do teu corpo, a pele ainda seda…
Da tua alma, a aura de vestal…
Do tempo, o reinado infinito…
Do espaço, (...)
No prolongamento do sonho
Lanço papagaios de papel
Presos por fios de futuro
Coloridos, quais arco-íris,
Que forjam a ponte suspensa
Na abóbada do horizonte
Plúmbeo!
Algures um silvo agudo,
Um sinal, uma mancha,
Uma espécie de aguarela
Alastrando no espelho celeste,
Define os contornos da loucura
Que inunda os dias repetidos
E austeros!
Jamais o nunca definitivo,
Ainda que recuses a radical
Ousadia do não ou do sim
E busques na intermitência
Das palavras nuas e (...)
Ah se pudesse na porta do tempo por fechadura
Para trancar nele meus sonhos e ir sonhando amiúde
Neste meu apego à Vida, onde solto minha ternura,
Recados da alma me trariam a juventude.
(trecho do poema "Recados de Alma", de Natália Nuno)
Busco e rebusco e não sei se ainda vou
A tempo do tempo, em busca de mim.
E o que busco e rebusco é tanto e tampouco,
Que já nem sei se me busco ou se ando louco
A procurar o improvável sentido, cujo fim
Me possa mostrar um (...)