Imagem/fonte: Google - Formatação: PC Querendo, eu posso ir além Das palavras e dos gestos sem raiz Para erguer, entre o espaço, a madrugada E erigir, entre os sorrisos, a esperança Dos anónimos que, vão peregrinando, Para obter misericórdia e paz infinda. A crueza crescente torna infinda A caminhada daqueles que vão além E em desespero se dão, peregrinando, Sem (...)
Navego à descoberta
do labirinto
na cratera do sonho
e cada pedra traz o espanto
e a vontade
de ir mais adiante
até aos confins da realidade
palavras e ecos
unem-se no mural da ousadia
a desenhar o perfil
dos caminhos e a estrada
dos ventos
que entroncam na memória
vagas e estrelas
enxameiam o meu espaço
transformando a terra em mar
e o céu em desafio
ainda que o olhar esmoreça
e a esperança quebre
os algozes das trevas
não morreram na derrota
d (...)
Sobram as flores nas tardes estivais
e os pássaros mortos
na orla do infinito
têm olhares sonâmbulos
de adivinhos sem aura.
Perco a viagem sem destino
e agarro nas mãos trémulas
os pedaços de tempo perdido
como fios de água imprecisa
com sabor a inquietação.
Recuso o assombro e espanto
as núvens no vértice da manhã
a lavrar erros e dúvidas
e a esconjurar artificios
qual espadachim do Demo.
Não me venço, dando-me por vencido! Persisto na busca da (...)
Todos os beijos sabem a mel
E limão...
E todas as carícias têm o perfume
Das rosas bravas
Nascidas nos caminhos do vento
Nas encruzilhadas dos dias solarengos.
Suspenso da saudade
De ti
Acordo para as manhãs renovadas
De todos os dias
A saborear os encontros furtivos
E as despedidas infames.
Calo em segredo as aventuras
Que comungámos
Na avidez dos degredados
E volto costas ao sol que nasce a oriente
Para esconder as lágrimas
Que denunciam a dor.
Por um caminho qualquer
Que dor é esta que te dói
Mesmo quando não a sentes
E te amofina nos dias solarengos
Quando devias estar feliz
Contemplando o azul e sentindo
A aragem beijar-te a face silenciosa?
Que estranho poder tem essa garra
Que se entranha no teu corpo todo
E te obriga a ceder quando só desejas
Ir por aí ao acaso dos passos perdidos
A indagar os sons e os cheiros
Como se fosses alquimista ou génio?
Porque estranhas maneiras
Se aninha em ti essa quase intrusa
Deixando-te (...)
Telúrica a vontade
crispa-se na rudeza das horas
e adormece ante o indício
da espera.
Os abismos da dor
entrelaçam a esperança
num abraço singular
mortífero.
Paira nas ressonâncias
do sonho-pensamento-ideia
a incerteza do amanhã,
desenhado agora
como esquisso ou aventesma.
Maremotos de raiva
alagam as cercanias
da consciência naufraga
e cavalgando o Adamastor
do sombrio horizonte
o ponto cardeal, que é destino,
perde-se na bruma
amante de sereias (...)
Vagaroso o tempo
escoa-se,
esfuma-se...
O sol cai a pique
no horizonte,
ao fundo...
Os olhos bailam,
entre o verde e o azul,
pesados de sono,
cansados de luz...
E, num céu de estrelas
invisíveis,
os pássaros desenham
faúlhas de assombro,
em voos labirinticos.
Uma nau retoma a rota
nos braços de Eolo
e na prenhez do mar absorto,
carrocel de magia
espreguiçando-se no areal,
ergue-se ávida a emoção
da descoberta.
Retomaremos a busca de Prestes João?
Ou (...)
Para sempre…
Como se fossemos imortais!
Para sempre…
Como se fossemos únicos!
Para sempre…
Como se amanhã fosse o começo!
Para sempre…
Eternamente para sempre
Nas asas do vento,
Na força das ondas,
Na doçura contagiante do astro rei,
Na intrepidez volátil do luar,
No remanso das noites frias,
No fragor inusitado das auroras,
No sussurrar felino da chuva nas vidraças…
Para sempre…
Eu e tu… Nós…
Os dois num só,
(...)
Fundos teus olhos choramA dor duma perdaInesperada... Angustiada tua almaClama por justiçaAdiada... Tuas mãos trememNo abandono frio das noitesNa claridade abismal dos diasNa ausência feroz das horasNa sincopada cadência dos minutosQue se esfumamEnquanto as entranhas do teu serSe revolvem incapazes dum gritoQue fosse guilhotina ou setaCapaz de trespassar a indiferençaDe quantos rodopiam (...)