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No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

No Chão d'Água...

Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? (Álvaro de Campos)

18.08.12

Auto-dissecação


  Não há gritos nem silêncios Suspensos dos meus olhos de acreditar Há palavras maduras que se esgotam Pingo a pingo Na paulatina espera das auroras futuras Quais caixas de Pandora que se abrirão ao amanhecer De um qualquer dia sem história Para recriar, no cadinho das memórias que guardo, O tempo e o espaço que me constitui.   As pedras e o barro de que sou feito, Numa estrutura de artesão que se auto modelou São a argamassa dos sonhos que confluem Para me incendiar de (...)
11.04.12

Procurando a paz


  Calcorreei todos os lugares onde me pareceu possivel encontrar-te. A todos com quem me cruzei perguntei pelo teu nome. Às núvens negras, prenhes dum aluvião de águas, indaguei por ti. Aos pássaros assustados da minha ousadia interroguei sem resultado. Olhando as pedras lisas de tanto serem pisadas tentei descobrir um sinal, em vão.   Era já noite e veio a lua cheia e na ansiedade de saber algo, questionei-a. Muda me olhou na sua cor mansa e nada me disse que me desse esperança. (...)
11.11.11

Assombros de quem se busca


  Fonte: Google    A ressonância vocifera no meu peito! Grito o tempo e o modo Expludo Alcanço longe a distância e o eco Desfaz-se na vastidão Aluvião de cheia que se espraia, Cambraia Que adorna o corpo nu…   Onde vou levo a mensagem… O labéu me acompanha! Tamanha é a dor Que no estertor da hora finita Aquele que grita Não grita Recita o hino dos que nada podem E explodem Na vã glória de serem, um dia, Manhã clara, lusco-fusco, magia E um pouco mais que nada.   A fada (...)
03.08.11

O saber-me...


O lugar (fonte: Google)     Tão pouco sei E o que sei é tanto Que, no desencanto De viver, Nas horas aturdidas Me encanto Por sentir que sei Da vida mil vidas E do tempo o quanto Me basta saber.   E se outro tanto soubesse Nada saberia De mais! Só me entristece A alegria Dos que vivem brutais Redondos e sincréticos Num casulo de casmurrice A desenhar a mesmice Dos heréticos.   Sobe o sol no alto azul E sucessivamente assim Rola a vida, o tempo, a lei… Olho a norte, rodo a sul E (...)
08.12.10

Despojamento...


Tela by "W. Kandinsky" (imagem obtida na net)   Destoutra arte de ser Nada sei, Nada sou, E escrevo nos silêncios as palavras malditas, Como se sangrasse As lágrimas e o suor em bagas.   Do acaso nasci e, por acaso, Encontrei nas veredas Os lagartos verdes E os besouros, Que sibilaram, sem tréguas, O zumbido das dores Caladas.   Onde irei, se os passos me levarem Adiante? Na verdade, que mal sei ou desconfio, Distingo sombras e negrumes, Onde arvoro farrapos de sonhos E esconjuro (...)
05.12.10

Demencial


Tela da autoria de "Kandinski" (Imagem obtida na net)   Não te sei e canso de indagar… Rasgo o véu e alcanço o devir numa quietude doentia a que me agarro na queda! Destruo a inércia e assumo que nada posso… Esvazio o que farei ainda, para sucumbir antes de ser a folha amarelecida que cairá sofrida no esquecimento chão! Morro na ausência do ser outro ou nada! Nego linhas, augúrios e presságios que se erguem do caos erigindo amnésias e submundos… Tudo é tão (...)
05.12.10

Quando te encontrarei em mim? (Alma...)


Tela de "Frank Lloyd Wright's" (imagem obtida na net)   Pesquisei onde suspeitei que estarias E até nos lugares onde nunca foste, Como se encontrar-te fosse uma promessa!   Nos filamentos do meu orgulho E nas saliências do meu abandono Inscrevi o teu nome a ferro e fogo…   Perguntei por ti a quem passava, Afixei anúncios em letra desenhada, Gritei nas ruas, sob cada arcada…   Inquiri o vento pelas madrugadas, Com voz furiosa castiguei o silêncio E até às nuvens mandei recado!   Ansiei que chegasses ao nascer d’alva
05.10.09

Monólogo comigo mesmo


Tenho-te no pranto dos meus olhos-mar, na solidão serena das minhas mãos-âncora, na luz rebelde, quente, dos meus olhos-sol, na loucura toda do meu corpo-chão   e o quase nada que sei de ti aprendi nos trilhos amargos dos dias breves, na insolência repetida das questões por responder, no refúgio escancarado das palavras que semeio, a tentar, a repetir, a insistir na sementeira do amor.   E o que não conseguir deixarei ainda no rasto indelével dos meus (...)
12.08.09

Incerteza


  No rasto que ficou depois de ti nasceu uma sardinheira vermelha de perfume intenso, que eu sorvo compulsivamente, ao cair da tarde, até ficar vazio de saudade!   Já não sei se me doi a tua inusitada perda ou se me anima o perfume vagaroso que me espera a cada regresso... sem pedir nada em troca!   by Paulo César, em 12.AGO.09, pelas 13h00    
24.06.09

Por acaso...


  Por acaso é ao acaso Ou o acaso só acontece Pela força da teimosia?   A solidão é, por acaso, A mesma face da dor? É, por acaso, a saudade O reflexo claro do amor? Que explicação para a luz Que, por acaso, irradia Dum sorriso sem tamanho À luz do sol do meio-dia?   E quando me prostro rendido Numa oração que não digo É por caso que sinto Ser capaz do destemor De tudo dar, corpo e alma, E nu, assim, e mendigo, E despojado, e liberto, Achar no pó do deserto O tesouro do amor? (...)