Que sensações sentirão as andorinhas Quando voam rasando a terra em acrobacias de risco e vertigem? Que sentirão as gaivotas quando caiem ferozes Sobre a presa e tocam as ondas em giros de carrossel? Que prazer, que odor, que gozo subirá da terra Quando uma ave qualquer abre as asas E se espraia pairando nas alturas, Admirando os rios, os bosques, os caminhos E os seres superiores que caminham nos seus passinhos À procura do futuro? Há-de ser fabulosa a excitação De (...)
As asas que eu tive, perdi, morri nelas e por elas desci aos infernos, subi às estrelas, cresci por tê-las, senti-las, vivê-las, e por fim perdê-las! Que é feito delas? Eram tão belas, as asas que me içavam até ao infinito?! by PC, em 17.Set.2010, pelas 16h00
Duro planar de asas vencidas
lodo que trava meus braços de mar
gotejam meus olhos o pranto das fontes
e ao sol pôr dos dias acordo a revolta
Velhos entregues a cartas marcadas
num jogo de sombras em bancos sem alma
acordam memórias com sabor a fel
de vidas vergadas às ordens sem lei
Já não tenho cantigas nem sonho futuros
e a cadência dos passos já não é igual,
as horas são feias, incertas e colossal
é o desalento da gente a buscar seu rumo
De marés (...)
Onde estão as minhas asasAsas de voar ao céuDe subir por sobre as casasDe tornar o mundo meu? De aventureiro irPor sobre as ondas do marDe subir, subir, subir…E de desejar não voltar? De por sobre a terra calmaDeambular em giraldinasE encher o corpo e a almaDesses campos de boninas? De descer descontroladoEntregando a vida à sorteE por milagre sagradoSobreviver à negra morte? Onde estão as minhas asasAsas que o sonho me deuE que usei vezes sem contaPara fugir do mundo breu? (...)