Mas hoje nem riso, nem pranto
Que o dia é dia de Sol
Viver mais um dia, que espanto!
Sou feliz! No milheiral, girassol.
Excerto do poema “Não trago comigo não”, de Natália Nuno
De olhos no sol invento o futuro
que de longe me chama com sua voz mansa
e de quanto passou, luminoso ou escuro,
já só tenho a saudade, só me resta a lembrança!
Queria, ah como eu queria tanto,
ser pardal, andorinha, estorninho ou rola
para voar e (...)
Que fazes com o sonho
Pendurado
Do lado de fora de ti?
No acaso dos dias sonolentos,
Levanta ferro e vai
Livre, como só são livres
As gaivotas audazes
E mergulha a pique, liberta,
Na espuma caudalosa dos dias
Até que tudo seja tão claro
Que te cegues de tanta luz!
Não importam núvens ou tempestades!
Basta que espalhes o sonho
De lés a lés, ao largo,
Como um tapete,
Como um manto,
Como um areal sem fim,
E por ele vás onde te levar
A esperança, a determinação
Fundos teus olhos choramA dor duma perdaInesperada... Angustiada tua almaClama por justiçaAdiada... Tuas mãos trememNo abandono frio das noitesNa claridade abismal dos diasNa ausência feroz das horasNa sincopada cadência dos minutosQue se esfumamEnquanto as entranhas do teu serSe revolvem incapazes dum gritoQue fosse guilhotina ou setaCapaz de trespassar a indiferençaDe quantos rodopiam (...)
Não quero choros, nem ais, nada mais quero de vós do que um sorriso rasgado e um olhar cintilante onde a alegria impere quero ouvir as vossas vozes a contar mil coisas tontas daquelas que fizemos juntos quando a vida nos impelia à loucura de viver quero sentir que vos amais no amor que nos uniu na vontade que cingiu nossos seres de gente boa em busca do sonho novo que sempre acanlentámos mesmo (...)