primeiro amor
ao sorriso junto
os teus olhos claros
e uma nuvem suspensa no azul
a jogar com o sol
envergonhado
ao esconde-esconde.
depois tomo-te a mão
e carregados dum sonho
sem mácula
seguimos rumo ao paraíso
nas asas rebeldes
duma andorinha negra
acendemos a fogueira
da paixão
junto aos plátanos
da beira rio
murmurando palavras
doces e comuns
fazemos caminhos novos
pelas rua velhas
onde plantamos beijos
e guardamos os segredos
mais secretos
sob as arcadas dos prédios
onde nos abrigamos do calor
ou da chuva
com os olhos nos olhos
dizemos adeus
implorando um minuto mais
um outro beijo
ou uma palavra gasta
de tão repetida
e mesmo quando ficamos em silêncio
o grito agrilhoado que se ergue
na convulsão da saudade
anunciada
é aquele ridiculo
AMO-TE
que nenhum dicionário tem
palavras novas
que possam querer dizer
amo-te.
by Paulo César, em 15.Abr.2010, pelas 22h00