Almofada de palavras
Desnudo-me das palavras
breves
e incorporo a essência
das sonoras,
pesadas,
longas,
sorvendo a musicalidade
e o timbre
das suas reentrâncias,
como baías azuis
sob o firmamento
pardo.
Toco-lhes,
sorvo-as,
acaricio-as
e como malabarista
de sonhos
desenho a realidade
que sou
na crueza alvar
das folhas planas.
Espelho-me...
Escancaro portas e postigos...
Dou-me sem regatear
e vibro na emoção
de saber-te perto,
quando o abraço prende,
encadeando hipnoticamente,
o nosso olhar!
Depois deixo que o tempo esqueça
e faço das palavras por dizer
a almofada onde encosto a cabeça
até adormecer!
by Paulo César, em 04.Set.2009, pelas 11h30