Soneto para a Morte que veio
Carrega-me nas tuas asas de subir ao Além!
Não partas ainda, que também quero ir…
Sê a cicerone e apresenta-me a quem
Me possa mostrar todo o porvir.
Mostra-me, anfitriã, o outro lado da vida
E os secretos jardins onde a paz é eterna
E a luz incendeia o espaço sem medida
Onde as almas são emanações de luzerna.
Onde e quando fores quero ir contigo
Chama-me por favor não me deixes só
Entre o sono e o sonho duma espera infinda.
Não me abandones qual louco ou mendigo
À beira dos caminhos a esmolar o dó
De quantos ficarem a esperar ainda!
by Paulo César, em 03.Junho.2008, pelas 13h30